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Manaus e interior do Amazonas sentem os reflexos de terremoto de magnitude 7,5 no Peru


Na capital, mais de 30 chamadas foram registradas pelo Corpo de Bombeiros; geologia e altura dos prédios influênciam na percepção do fenômeno

  • Moradores do Portal da Cidade, no Aleixo, também resolveram deixar o prédio logo após o abalo
    FOTO: Evandro Seixas
  • Estudantes da Unicel, na av. Djalma Batista, abandonaram o prédio com medo do tremor
    FOTO: Divulgação
  • Com medo, os estudantes, da Martha Falcão, resolveram deixar o prédio
    FOTO: Saadya Jezine
  • Nas unidades do Uninorte, no Centro, os estudantes também ficaram assustados e deixaram os prédios
    FOTO: Divulgação
Manaus sentiu os efeitos do terremoto de magnitude 7,5 e com profundidade de 602 quilômetros que atingiu o leste do Peru na noite desta terça-feira (24), perto da fronteira com o Brasil, numa região de floresta amazônica. Na capital amazonense, distante 1.473,30 quilômetros do abalo sísmico, vários moradores relataram que sentiram o tremor, por volta das 18h45, principalmente nos andares mais altos de prédios das zonas Sul, Centro-Sul e Oeste. O susto gerou mais de 30 chamadas ao Corpo de Bombeiros.
“Há casos de supostos vazamentos de gás, como na Ponta Negra, e de possíveis rachaduras em prédios do Vieiralves, mas ainda nada foi informado. Já vistoriamos alguns prédios e, por enquanto, tudo está tido como normal”, disse o tenente Janderson Lopes.
Em algumas unidades de ensino da cidade, como da Faculdade Martha Falcão e do Centro Universitário do Norte (Uninorte), os alunos resolveram deixar as salas.
“As pessoas começaram a sair e a evacuar o prédio, mas outras continuaram em sala fazendo suas provas, inclusive da minha, até que um vigilante falou que era ordem da diretora do Martha Falcão que todo mundo saísse do prédio. Agora está uma loucura, todos querendo sair”, disse a jornalista Saadya Jezine.
A universitária Bianca Caggy sentiu dois tremores na região central de Manaus, enquanto estava dentro da sala de aula na unidade 10 do Uninorte.
“Estava sentada e minha cadeira balançou forte duas vezes. Só vi todos saindo correndo das salas e descendo as escadas de emergência. Celulares caíram da mesa e o datashow tremeu. Todos os alunos ficaram apreensivos no meio da rua, mas depois todos foram embora”.
Em edifícios como Portal da Villa, Solar da Villa e Carlos Drumond, todos localizados no bairro Adrianópolis, na Zona Centro-Sul de Manaus, os tremores também foram sentidos.
No condomínio residencial Boa Vista, no bairro Santo Agostinho, na Zona Oeste, o sindico Elson Martins, 72, relatou que sentiu os tremores mais que não teve nenhum prejuízo material, somente o susto.
“Já tem um bocado de gente na entrada do residencial, mas aqui não sentimos muito forte porque os prédios só têm quatro andares. Aqui não chegou a cair nada”, declarou.
O reflexo do terremoto também foi sentido em municípios do interior. Há relatos de moradores de Tapauá e Eirunepé dando conta de pequeno tremor nas cidades.
Especialistas explicam reflexo
De acordo com informações do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB), como o abalo foi profundo, provavelmente não ocorrerá nenhum tipo de desastre no Brasil.
“Quando ocorre um terremoto, são geradas vibrações sísmicas. Tais vibrações, conhecidas como ondas sísmicas, propagam-se pelo interior da Terra e são registradas em sismógrafos do mundo inteiro. A velocidade e a amplitude dessas ondas dependem do meio que atravessam. Como as cidades de São Paulo, Curitiba e Manaus estão sobre uma bacia sedimentar, ou seja, uma região menos consolidada, as ondas são amplificadas ao entrar na bacia. Brasília é um caso particular, pois se situa sobre metassedimentos, ou seja, rochas sedimentares que já começaram a se transformar em outro tipo”, cita trecho da publicação 'Reflexos no Brasil de terremotos distantes', produzida pelo observatório.
Segundo os especialistas da UNB, três os aspectos reforçam a ocorrência de reflexos distantes, principalmente de terremotos andinos, nas cidades brasileiras: prédios altos, geologia da área e orientação preferencial dos prédios.
Segundo o observatório, desde 1906, 51 terremotos na costa Oeste Sul-Americana, com magnitude maior que 5, foram sentidos no Brasil. Dos abalos distantes sentidos no Brasil, 80% aconteceram em profundidade superior a 100 km.
Nota
Em nota, a Faculdade Martha Falcão informou que, em função do tremor, o prédios da instituição, localizado na rua Natal, em Adrianópolis, foi preventivamente evacuado, atendendo às medidas de segurança recomendadas pelo Corpo de Bombeiros. 
"A instituição informa ainda que possui funcionários preparados, com curso de Formação Brigadista, além de sinalização e saídas de emergência regulares. Todo o processo ocorreu normalmente e sem incidentes", ressaltou.
http://acritica.uol.com.br/noticias/Manauaras-relatam-tremor-inicio-terca-feira_0_1473452684.html

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